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Marafadices: O Lápis Azul Madeirense / Um tratado Fragmentado

Dezembro 3, 2008

Assembleia da Madeira retarda emissões em directo na internet para poder cortar “cenas desprestigiantes”

De acordo com Miguel Mendonça, presidente do parlamento madeirense, “A décalage de cinco minutos é para que esse senhor deputado do PND não seja comandado à distância por terceiros, que do exterior seguiam a transmissão do plenário em directo. Não ando aqui para ver passar os navios. Não é fundamental que a transmissão seja feita em tempo real”.

Além disso, Miguel Mendonça também mandou cortar a transmissão do circuito interno televisivo para os gabinetes dos grupos parlamentares da oposição e para a sala de imprensa, agora igualmente privada da emissão em áudio. Às imagens em directo apenas pode aceder-se nas instalações do PSD e dos colaboradores directos do presidente, dos quais parte a ordem de corte para a régie.

Ainda segundo Miguel Mendonça, nada disto poderá ser visto como um “acto de censura”, mas apenas como uma medida preventiva.

É a democracia madeirense ao mais alto nível.

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Bombas de fragmentação oficialmente proibidas

O que são bombas de fragmentação?

São bombas que, por sua vez, contêm múltiplos engenhos explosivos mais pequenos. As bombas são lançadas a partir de aviões ou de mísseis terra-terra e abrem-se em pleno ar, antes atingirem o chão, libertando as munições mais pequenas, que podem depois ficar espalhadas por uma área superior ao total ocupado por vários estádios de futebol. Muitas das bombas não explodem imediatamente, podendo permanecer activas, no solo, durante vários anos, actuando dessa maneira como minas antipessoais.

Uma centena de países, incluindo Portugal, através do ministro dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado, está hoje em Oslo para assinar um tratado que passa a proibir o uso de bombas de fragmentação, que devastam as populações civis.

De acordo com a Handicap International, cerca de 100 mil pessoas, 98 por cento das quais civis, morreram ou ficaram mutiladas na explosão de bombas de fragmentação um pouco por todo o mundo desde 1965. Mais de um quarto são crianças, atraídas pelas suas formas e cores.

Richard Moyes, co-presidente da Coligação contra as Bombas de Fragmentação (CMC), uma organização que agrupa cerca de 300 ONG, talvez pela euforia do momento, afirmou que “O mundo é hoje um lugar mais seguro. Este é o acordo humanitário mais importante do último decénio”. Este senhor deve possuir um optimismo fantástico. Será necessário gritar-lhe ao ouvido um enorme pormenor muito importante, que consiste no facto dos principais produtores e utilizadores deste tipo de armamento – Estados Unidos, Rússia, China, Israel, Índia e Paquistão – terem ficado fora do tratado?

O mundo poderá ser hoje um lugar mais seguro, com excepção de alguns países, caso do Afeganistão, onde os EUA têm usado essas bombas sempre que necessário.

A ler Cluster Bomb e Cluster Munition Coalition (CMC)

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